A Escola Municipal Thomaz Antônoio Gonzaga,situada no bairro de saramenha deu a
partida como a primeira escola a realizar a sua festa junina neste Sábado passado,04 /06/ 2010
de ouro preto
PARA LOGAR ACONTECIMENTOS DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO DE OUROPRETO
segunda-feira, 6 de junho de 2011
sexta-feira, 3 de junho de 2011
RELEITURA DO TRIUNFO ERUCARÍSTICO
Simão Ferreira Machado, português de Lisboa e residente nas Minas, provável Conde das Galveas, então governador da província.Foi quem narrou o evento.Ocorreu em 1733,na então Vila Rica,hoje Ouro Preto, Estado de Minas Gerais.Quando da inauguração da igreja Mtriz de Nossa Senhora do Pilar.O evento ficou conhecido como O Triunfo da Eucaristia de Ouro Preto
sexta-feira, 25 de março de 2011
A Semana Santa em Ouro Preto-Mg - Ano de 2011
A Semana Santa em Ouro Preto Estado De Minas Gerais neste ano de 2011 ( ano ímpar),sera promovida,pela Matriz Nossa Senhora Da Conceição do Bairro Antônio Dias,sendo que em anos pares é de responsabilidade da Matriz Nossa Senhora do Pilar,no bairro do mesmo nome.
Tendo como inicio a novena do Setenário de Nossa Senhora Das Dôres.Abaixo a reproução na íntegra do sermão sobre as Sete dôres sfrida por nossa senhora das Dôres,proferido pelo Vigário da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar,Pe Marcelo Santiago .
SERMÃO DAS DORES DE MARIA
20 de abril de 2011 – Catedral de Mariana
“Grande como o mar é tua dor, Senhora, e ninguém pode consolar-te!” (Lm 2,13)
Irmãos e irmãs,
Celebramos, nesta noite santa, aquela que isenta de todo pecado, se fez co-redentora junto a seu Filho Jesus, sofrendo na alma o que Ele sofreu na carne pela salvação do mundo. Celebramos Maria, a Senhora das Dores, Mãe da esperança cristã.
A história nos mostra que desde o calvário aos dias de hoje, muitos dos discípulos de Jesus enfrentaram, no testemunho da fé, os mais diversos horrores... foram, na entrega pelo martírio, flagelados, apedrejados, decapitados, queimados vivos e crucificados. Não temeram as ameaças humanas, antes, fiéis a fé, derramaram seu sangue pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
No entanto, nenhum deles, nem todos eles juntos sofreram tanto por amor a Jesus como sua dolorosa Mãe, a Senhora das Dores. Sua dor supera as dores de todos os mártires de ontem e de hoje; sua cruz é mais pesada do que todas as cruzes de todos os mortais.
Como o profeta, podemos dizer da Mãe de Deus “Grande como o mar é tua dor e ninguém pode consolar-te” (Lm 2,13), ò Senhora das Dores!
Faze, Senhora, que na contemplação destas sete dores, possamos chorar os nossos pecados, causa de tão grande sofrimento e reconhecer o imenso amor de Deus – providente, fiel e misericordioso que, em seu Filho nos salva e nos convoca para a vivência do discipulado e da missão, a serviço da vida e da esperança.
Queremos aprender contigo, Virgem Mãe, a dizer SIM aos desígnios de Deus, conformando nossa vida aos ensinamentos da fé, na acolhida de sua Palavra e na vivência do mandamento do Amor. Queremos aprender contigo, Virgem Mãe a enfrentar, corajosamente, as vicissitudes, as provações e durezas da vida sem jamais esmorecer, apesar dos pesares, na certeza do Amor incondicional de teu Filho Jesus por todos nós e da tua proteção constante como a nossa Mãe do céu.
Irmãos e irmãs, Maria sofre sua primeira dor ao apresentar seu Filho no Templo de Jerusalém e consagrá-lo, como primogênito, ao Senhor, em cumprimento à lei Mosaica. Diz-nos as escrituras que Simeão, homem justo e piedoso, bendisse a Deus por aquele menino a quem saudou como “Luz das nações e glória para Israel”, mas para logo se dirigir à sua Mãe e dizer-lhe que aquele menino “estava destinado para ser causa de queda e soerguimento para muitos em Israel... e uma espada de dor haveria de transpassar a sua alma” (Lc 2,29-35).
Maria, irmãos e irmãs, sofreu uma dor vivíssima. Ao ouvir tal profecia, em seu coração penetrou, como uma lança, todo o alcance de uma dor que haveria de se prolongar por toda a sua vida, no cumprimento fiel da missão que Deus, o Pai, lhe confiou.
Tendo trazido ao mundo em seu seio sagrado, por obra e graça do Espírito Santo, o Filho eterno de Deus, nosso Pai, Maria há de associar-se a Ele, o Cristo Jesus, e à missão que recebera do Pai: de dar a vida pela salvação do mundo.
Também nós nos associamos a esta missão pelo batismo que um dia recebemos; a nos configurar, nas alegrias e dores da vida, a Jesus Cristo; a sermos um sinal luminoso da fé, aprendendo de Maria, em tudo, mesmo diante das adversidades da vida, em tudo fazer a santa vontade de nosso Deus e Senhor. Na ordem humana é Jesus quem se parece com Maria. Ele é Filho de Maria. José é o pai adotivo do menino Deus. O que foi gerado em seu seio sagrado é obra do Espírito Santo. Mas, na ordem espiritual, onde o vínculo, por vezes é mais profundo, foi Maria quem tudo fez para se parecer com o seu Filho Jesus.
Não demorou muito e Herodes, então governador da Galiléia, quis matar o menino Jesus, obrigando, assim, José e Maria, juntamente com o menino, a fugirem para o Egito e viver em terra estrangeira, por algum tempo, enfrentando as durezas de quem, longe de casa, como migrante, tem que, literalmente, recomeçar a vida.
Maria não se impacienta e muito menos se queixa da Providência de Deus. Enfrenta com resignação e coragem esta situação que, por certo, trouxe para a sua vida grande reviravolta e mais sofrimento. Não é pelo fato de não ter pecado ou de ter sido, entre todas escolhida para ser a Mãe do Cristo humanado, Filho eterno de Deus, que ela está isenta do sofrimento. Em verdade, o sofrimento é parte integrante da vida de todos nós. A um tempo, todos sofremos, mas o sofrimento não tem a palavra última pois Deus nos cobre com seu amor e se solidariza conosco. Ele tem a Palavra última e como diz São Paulo, na carta aos romanos, “nada pode nos separar do amor de Deus” (Rm 8,38-39).
Sinal luminoso da graça de Deus, Mulher forte que coloca sua vida nas mãos de Deus, Maria assim se solidariza com o sofrimento de tantos de nossos irmãos e irmãs que não têm os seus direitos mais elementares respeitados, diante das violências e exclusões de nossa sociedade injusta e desigual que coloca no centro não a vida e a pessoa humana, mas o lucro e o apoderamento consumista das coisas e do planeta.
Quão diferente é o nosso proceder: diante dos reveses e aborrecimentos da vida, perdemos, por vezes, a paciência, reclamamos e até nos revoltamos contra Deus e pior, nos omitimos diante das injustiças do mundo, fechando o nosso coração às necessidades de nossos irmãos e irmãs, a começar dos mais pobres e necessitados.
Precisamos, meus irmãos, ser corajosos e solícitos no enfrentamento das aflições da vida, na certeza de que a mão de Deus nos ampara e nos aponta, como instrumentos seus, o caminho da solidariedade com as dores do mundo, as dores da humanidade. Num mundo de necessidades, não podemos esconder nossos talentos e dons, não podemos nos omitir diante do compromisso da fé de sermos bons e fazermos sempre o bem.
Uma das mais comoventes cenas de ternura e dor, nós a encontramos no Antigo Testamento, na passagem em que o jovem Tobias é enviado pelo pai para resolver negócios da família em terras distantes. Tendo demorado tanto tempo para retornar, sua mãe assim se lamentava: “Ai de mim, filho meu! Porque te deixei partir, luz dos meus olhos? (Tb 10,5).
Por mais terna e dolorosa que seja esta passagem, não tem comparação, irmãos e irmãs, com a realidade do Novo Testamento, narrando a perda do menino Jesus, sentida e chorada pela mais santa das mães, a Virgem Maria. Quanta amargura e queixa deixou escapar de seu coração materno: Filho, teu pai e eu, aflitos, te procurávamos!” (Lc 2,48)
Maria é diligente em procurar o seu Filho que estava perdido, é a dor da Mãe das mães que se solidariza com todas as mães aflitas a procurar pelos seus filhos perdidos, muita das vezes, nos descaminhos dos vícios deste mundo; é a dor da mãe que se solidariza com a perda da pessoa amada.
Não queremos perder nada na vida. Como nos angustiamos quanto perdemos algum dinheiro, algum objeto de estimação ou de valor!? Procuramos... Perguntamos se alguém viu... Contamos, com lamentos, às pessoas o ocorrido para que se solidarizem a nós. Não é verdade? Agimos sempre assim... Pior, irmãos e irmãs, muito pior é perder as pessoas, sobretudo se vivas se encontram nas trevas dos pecados deste mundo. Muito pior é nos omitir diante de nossa missão de ser luz e sal da terra, de ser instrumentos de Deus para a salvação e não para a perdição das pessoas. Muito pior é perder, de nossas vidas, por causa de nossos pecados, Aquele que se fez um de nós para que n’Ele sejamos todos de Deus - Nosso Senhor Jesus Cristo – Caminho, Verdade e Vida. A devoção autêntica à Maria, a Senhora das Dores, Mãe da esperança cristã, deve nos levar a seu Filho Jesus, deve nos fazer celebrar, permanentemente, o encontro com Ele, encontro transformador de nossas vidas.
Apesar de sua aflição, a Mãe de Deus não se abateu, não sossegou; voltou logo à procura de seu amado Jesus, apoiada por José, seu santo esposo.
Povo de Deus, povo de Mariana, aprende com Maria a buscar Jesus! Ela redobraria, a partir de então, os cuidados para conservar Jesus a seu lado, de modo que não mais se perdesse. Que exemplo para nós, irmãos e irmãs, nós que dizemos amar Jesus - fazer tudo para nunca mais perdê-lo de nosso coração, de nossa vida, e colocar nossos dons, nossa inteligência e vontade, como instrumentos d’Ele, para que aqueles que Deus nos confiou, encontrem em suas vidas, pelo nosso testemunho, nosso Deus e Salvador e dêem sentido e orientação verdadeira às suas vidas, na vivência da fé e do amor.
Mais sofrimentos Maria haveria de passar na configuração de sua vida à vida de seu Filho Jesus, na obediência aos desígnios de Deus, o Pai. Lembramos agora a amargura que tomou conta de seu coração, no caminho do calvário, encontrando-se com seu amado Filho, carregando pesada cruz às costas, todo chagado, ensangüentado e caindo pelo caminho... Inocente, Ele foi condenado à morte. Vai morrer para nos libertar da morte, para nos dar vida, vai morrer pelos nossos pecados.
Maria acompanha Jesus, seu Filho. Aonde vais mulher? Aqui ela não diz nada, sua alma esta transpassada por uma dor atroz, diante da ingratidão e da violência humana... ela apenas caminha, vai ser crucificada, em sua dor, com seu amado Jesus.
Ela sofria no seu coração de Mãe aquilo que Jesus padecia na alma e no corpo. Mas ela não se deixou levar pelo medo ou pelo respeito humano, como o fizeram os apóstolos e tantos a quem Jesus só fizera o bem. Seguiu, perseverante e corajosa, até o fim.
Assim devemos fazer também nós, os irmãos/as de Jesus, os filhos de Maria: viver com firmeza a nossa fé até o fim de nossa vida. O tempo de dar os passos, como convém, o tempo da conversão em vista do Reino de Deus, é agora. Não dá mais para esperar. Este é o tempo particular da graça de Deus para nós, tempo de aprendermos com ela, a Mãe do salvador, a Senhora das Dores, a jamais abandonar, em nossas vidas, o seu Filho Jesus.
Sim, ò Mãe das Dores, se foi um duro golpe para o seu coração materno ouvir, ver e sentir tudo o que se passou com seu Filho Jesus, na rua da amargura, no caminho do calvário, queremos, igualmente, sentir, hoje, a dor de nossos pecados, causa de tão grande sofrimento. Queremos, à luz da fé em teu Filho Jesus e norteados pelo seu sublime exemplo, viver a solidariedade para com os nossos irmãos/as em suas muitas dores, comprometermo-nos com a vida no planeta que clama por cuidado; comprometermo-nos a assumir, no serviço misericordioso, os rostos sofridos de tantos irmãos e irmãs, marcados pela pobreza e exclusão. Por vezes, tão perto de nós, como outros Lázaros dos nossos dias e deles nem nos damos conta.
Pouco depois esta dor se torna ainda mais profunda: Jesus é crucificado entre dois ladrões e Maria assiste à sua morte. “Quantas chagas havia no corpo do Filho, tantas feridas no coração da Mãe (São Jerônimo).
A constância heróica daquela Mãe que perde o seu amado Filho Jesus é lição para todos nós a nos ensinar a permanecermos firmes diante das cruzes e dores de nossa vida; a não fugir, como os apóstolos, mas levar com paciência as dores de cada dia; a sermos constantes e fervorosos na prática das virtudes e no cumprimento de nossos deveres. Ensina-nos, sobretudo, a sermos solidários, a estarmos ao pé da cruz de tantos crucificados hoje, vítimas das violências do mundo, dos vícios, das drogas, dos conflitos armados, da violência do trânsito, do consumismo desenfreado, do submundo do crime, da exploração sexual, da delinqüência juvenil, como se deu a pouco no Rio de Janeiro, com a matança de crianças indefesas e inocentes, da falta de oportunidades para todos, de tanta coisa que ceifa a vida de muitas de nossas crianças, adolescentes e jovens, gerando dor e sofrimento em nossas famílias e comunidades, matando as esperanças do nosso povo.
Com o coração contrito, contemplemos agora a dor de Maria quando desceram o corpo de seu amado Filho da cruz e o puseram em seus braços. Como o profeta Jeremias ante a Jerusalém destruída, Maria parece dizer “Ó vós que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor semelhante à minha dor” (Lm 1,12).
Ela tem em suas mãos o corpo de seu divino e amado Jesus que assim terminara sua missão na terra. Imaginemos o abismo desta dor em seu coração de Mãe, é uma dor indescritível, tamanha a crueldade, a selvageria com que agiram aqueles que crucificaram o seu Jesus.
Contudo, em seu coração materno, em meio à grande dor, só existe amor e amor verdadeiro; amor como o amor de Deus que não poupou, mas entregou seu Filho para a salvação do mundo. Mesmo amor, na dor, tem a mãe que perdoa os algozes de seu Filho e a todos nós pecadores, causa deste sofrer. Em tudo, ela procurou espelhar-se em seu Filho Jesus. Ela também perdoa como Ele fez na cruz: “Pai perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem” (Lc 23,34).
Faze, o Mãe, fonte de Amor, que sintamos em nós tua dor, para contigo chorar e encontrar, em teu regaço, forças para servir, amar e perdoar as muitas injúrias, calúnias e violências sofridas. Seja o nosso coração como o teu pronto em tudo para realizar a santa vontade de Deus, segundo os desígnios de seu coração compassivo e bom.
A última dor, irmãos e irmãs, é a dor da soledade. Maria sofre a dor da solidão, a dor da saudade, ficando sem Filho nem vivo e nem morto. Noite dolorosa, noite triste, porque se ocultara o sol da justiça e se eclipsara de dores o coração da Virgem Maria.
Terrível golpe para quem é Mãe, sepultar o próprio Filho morto. Eu pude há pouco sentir isso em família, no sepultamento do meu irmão. Quanta dor, quanto sofrimento para toda a família, especialmente para o coração de uma mãe! Antes Maria tinha o consolo de contemplar seu Filho, mesmo falecido, mas agora desaparece de sua vista o objeto de seu amor. Diz São Bernardo que “os olhos de Maria regavam de lágrimas a pedra fechada do sepulcro”. Quantas lembranças não terão passado, naquele instante, na mente e no coração daquela senhora! De quantas alegrias e dores terá recordado da vida com seu Filho?... Doíam, profundamente, no coração daquela Mãe os estragos causados pelos crimes da humanidade, causa da morte do seu Jesus, do seu Filho amado.
Mas ali não havia nem ódio, nem espírito de vingança, nem se multiplicavam os muitos “porquês”, como que a cobrar de Deus-Pai respostas diante de tantas adversidades e provações da vida. No coração de Maria existia tão só amor e compaixão. Amor de quem entregou totalmente sua vida a Deus e compaixão de quem se solidariza a seu Filho pela salvação do mundo, pela salvação de todos nós. No alto do calvário, não fazia tanto tempo assim, ela já nos havia acolhido como seus filhos e filhas adotivos, na pessoa de João, o discípulo que Jesus amava. “Mãe eis aí o teu Filho, lhe dissera Jesus, Filho eis aí a tua Mãe” (Jo 19,25-27). Prova de amor maior não há.
Aprendamos de Maria a sermos livres para amar e servir, desapegados das coisas deste mundo, perseverantes no bem e na fé – em tudo, como ela nos ensina com a sua vida, em tudo “fazer o que Ele, seu Filho, nos disser” (Jo 2,5). Viver à luz de sua Palavra, reveladora da misericórdia de Deus, nosso Pai, e à luz dos sinais dos tempos, nos muitos apelos de nossa realidade, atualizando em nós a Sua Palavra, sempre nova, para viver vida agradável a Deus e comprometida com a construção de seu Reino de justiça e paz, na defesa da vida no planeta, da dignidade do ser humano e da construção de uma sociedade reconciliada, justa e fraterna.
Senhora, ao terminar estas palavras, queremos bendizer a Deus por tudo que sofrestes por nós, ensinando-nos a coragem da fé de quem se confia a Deus e se compromete com as dores do mundo e da humanidade para que “todos tenham vida e vida em plenitude” ( Jo 10,10).
Guarda-nos sob teu manto sagrado, aquecendo-nos com teu amor maternal e fortalecendo-nos diante dos medos e incertezas do caminho. Com tua intercessão, Senhora, possamos alcançar de teu Filho Jesus as graças de que tanto precisamos.
Cuida, Senhora, de modo especial dos pequenos e pobres e faze-nos instrumentos teus e de teu Filho para amar e servir, como tu fizeste em todos os dias de tua vida.
Conceda-nos, Senhora, viver com fruto esta semana maior, sobretudo o Tríduo Pascal que se aproxima, memória de nossa salvação, da paixão, morte e ressurreição de teu Filho Jesus, a alimentar em nós a fé, a conversão dos pecados e o compromisso de evangelizar como Igreja viva, chamada a viver no discipulado a comunhão e a missão. Amém.
Nossa Senhora das dores, Mãe da esperança cristã – rogai por nós!
Tendo como inicio a novena do Setenário de Nossa Senhora Das Dôres.Abaixo a reproução na íntegra do sermão sobre as Sete dôres sfrida por nossa senhora das Dôres,proferido pelo Vigário da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar,Pe Marcelo Santiago .
SERMÃO DAS DORES DE MARIA
20 de abril de 2011 – Catedral de Mariana
“Grande como o mar é tua dor, Senhora, e ninguém pode consolar-te!” (Lm 2,13)
Irmãos e irmãs,
Celebramos, nesta noite santa, aquela que isenta de todo pecado, se fez co-redentora junto a seu Filho Jesus, sofrendo na alma o que Ele sofreu na carne pela salvação do mundo. Celebramos Maria, a Senhora das Dores, Mãe da esperança cristã.
A história nos mostra que desde o calvário aos dias de hoje, muitos dos discípulos de Jesus enfrentaram, no testemunho da fé, os mais diversos horrores... foram, na entrega pelo martírio, flagelados, apedrejados, decapitados, queimados vivos e crucificados. Não temeram as ameaças humanas, antes, fiéis a fé, derramaram seu sangue pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
No entanto, nenhum deles, nem todos eles juntos sofreram tanto por amor a Jesus como sua dolorosa Mãe, a Senhora das Dores. Sua dor supera as dores de todos os mártires de ontem e de hoje; sua cruz é mais pesada do que todas as cruzes de todos os mortais.
Como o profeta, podemos dizer da Mãe de Deus “Grande como o mar é tua dor e ninguém pode consolar-te” (Lm 2,13), ò Senhora das Dores!
Faze, Senhora, que na contemplação destas sete dores, possamos chorar os nossos pecados, causa de tão grande sofrimento e reconhecer o imenso amor de Deus – providente, fiel e misericordioso que, em seu Filho nos salva e nos convoca para a vivência do discipulado e da missão, a serviço da vida e da esperança.
Queremos aprender contigo, Virgem Mãe, a dizer SIM aos desígnios de Deus, conformando nossa vida aos ensinamentos da fé, na acolhida de sua Palavra e na vivência do mandamento do Amor. Queremos aprender contigo, Virgem Mãe a enfrentar, corajosamente, as vicissitudes, as provações e durezas da vida sem jamais esmorecer, apesar dos pesares, na certeza do Amor incondicional de teu Filho Jesus por todos nós e da tua proteção constante como a nossa Mãe do céu.
Irmãos e irmãs, Maria sofre sua primeira dor ao apresentar seu Filho no Templo de Jerusalém e consagrá-lo, como primogênito, ao Senhor, em cumprimento à lei Mosaica. Diz-nos as escrituras que Simeão, homem justo e piedoso, bendisse a Deus por aquele menino a quem saudou como “Luz das nações e glória para Israel”, mas para logo se dirigir à sua Mãe e dizer-lhe que aquele menino “estava destinado para ser causa de queda e soerguimento para muitos em Israel... e uma espada de dor haveria de transpassar a sua alma” (Lc 2,29-35).
Maria, irmãos e irmãs, sofreu uma dor vivíssima. Ao ouvir tal profecia, em seu coração penetrou, como uma lança, todo o alcance de uma dor que haveria de se prolongar por toda a sua vida, no cumprimento fiel da missão que Deus, o Pai, lhe confiou.
Tendo trazido ao mundo em seu seio sagrado, por obra e graça do Espírito Santo, o Filho eterno de Deus, nosso Pai, Maria há de associar-se a Ele, o Cristo Jesus, e à missão que recebera do Pai: de dar a vida pela salvação do mundo.
Também nós nos associamos a esta missão pelo batismo que um dia recebemos; a nos configurar, nas alegrias e dores da vida, a Jesus Cristo; a sermos um sinal luminoso da fé, aprendendo de Maria, em tudo, mesmo diante das adversidades da vida, em tudo fazer a santa vontade de nosso Deus e Senhor. Na ordem humana é Jesus quem se parece com Maria. Ele é Filho de Maria. José é o pai adotivo do menino Deus. O que foi gerado em seu seio sagrado é obra do Espírito Santo. Mas, na ordem espiritual, onde o vínculo, por vezes é mais profundo, foi Maria quem tudo fez para se parecer com o seu Filho Jesus.
Não demorou muito e Herodes, então governador da Galiléia, quis matar o menino Jesus, obrigando, assim, José e Maria, juntamente com o menino, a fugirem para o Egito e viver em terra estrangeira, por algum tempo, enfrentando as durezas de quem, longe de casa, como migrante, tem que, literalmente, recomeçar a vida.
Maria não se impacienta e muito menos se queixa da Providência de Deus. Enfrenta com resignação e coragem esta situação que, por certo, trouxe para a sua vida grande reviravolta e mais sofrimento. Não é pelo fato de não ter pecado ou de ter sido, entre todas escolhida para ser a Mãe do Cristo humanado, Filho eterno de Deus, que ela está isenta do sofrimento. Em verdade, o sofrimento é parte integrante da vida de todos nós. A um tempo, todos sofremos, mas o sofrimento não tem a palavra última pois Deus nos cobre com seu amor e se solidariza conosco. Ele tem a Palavra última e como diz São Paulo, na carta aos romanos, “nada pode nos separar do amor de Deus” (Rm 8,38-39).
Sinal luminoso da graça de Deus, Mulher forte que coloca sua vida nas mãos de Deus, Maria assim se solidariza com o sofrimento de tantos de nossos irmãos e irmãs que não têm os seus direitos mais elementares respeitados, diante das violências e exclusões de nossa sociedade injusta e desigual que coloca no centro não a vida e a pessoa humana, mas o lucro e o apoderamento consumista das coisas e do planeta.
Quão diferente é o nosso proceder: diante dos reveses e aborrecimentos da vida, perdemos, por vezes, a paciência, reclamamos e até nos revoltamos contra Deus e pior, nos omitimos diante das injustiças do mundo, fechando o nosso coração às necessidades de nossos irmãos e irmãs, a começar dos mais pobres e necessitados.
Precisamos, meus irmãos, ser corajosos e solícitos no enfrentamento das aflições da vida, na certeza de que a mão de Deus nos ampara e nos aponta, como instrumentos seus, o caminho da solidariedade com as dores do mundo, as dores da humanidade. Num mundo de necessidades, não podemos esconder nossos talentos e dons, não podemos nos omitir diante do compromisso da fé de sermos bons e fazermos sempre o bem.
Uma das mais comoventes cenas de ternura e dor, nós a encontramos no Antigo Testamento, na passagem em que o jovem Tobias é enviado pelo pai para resolver negócios da família em terras distantes. Tendo demorado tanto tempo para retornar, sua mãe assim se lamentava: “Ai de mim, filho meu! Porque te deixei partir, luz dos meus olhos? (Tb 10,5).
Por mais terna e dolorosa que seja esta passagem, não tem comparação, irmãos e irmãs, com a realidade do Novo Testamento, narrando a perda do menino Jesus, sentida e chorada pela mais santa das mães, a Virgem Maria. Quanta amargura e queixa deixou escapar de seu coração materno: Filho, teu pai e eu, aflitos, te procurávamos!” (Lc 2,48)
Maria é diligente em procurar o seu Filho que estava perdido, é a dor da Mãe das mães que se solidariza com todas as mães aflitas a procurar pelos seus filhos perdidos, muita das vezes, nos descaminhos dos vícios deste mundo; é a dor da mãe que se solidariza com a perda da pessoa amada.
Não queremos perder nada na vida. Como nos angustiamos quanto perdemos algum dinheiro, algum objeto de estimação ou de valor!? Procuramos... Perguntamos se alguém viu... Contamos, com lamentos, às pessoas o ocorrido para que se solidarizem a nós. Não é verdade? Agimos sempre assim... Pior, irmãos e irmãs, muito pior é perder as pessoas, sobretudo se vivas se encontram nas trevas dos pecados deste mundo. Muito pior é nos omitir diante de nossa missão de ser luz e sal da terra, de ser instrumentos de Deus para a salvação e não para a perdição das pessoas. Muito pior é perder, de nossas vidas, por causa de nossos pecados, Aquele que se fez um de nós para que n’Ele sejamos todos de Deus - Nosso Senhor Jesus Cristo – Caminho, Verdade e Vida. A devoção autêntica à Maria, a Senhora das Dores, Mãe da esperança cristã, deve nos levar a seu Filho Jesus, deve nos fazer celebrar, permanentemente, o encontro com Ele, encontro transformador de nossas vidas.
Apesar de sua aflição, a Mãe de Deus não se abateu, não sossegou; voltou logo à procura de seu amado Jesus, apoiada por José, seu santo esposo.
Povo de Deus, povo de Mariana, aprende com Maria a buscar Jesus! Ela redobraria, a partir de então, os cuidados para conservar Jesus a seu lado, de modo que não mais se perdesse. Que exemplo para nós, irmãos e irmãs, nós que dizemos amar Jesus - fazer tudo para nunca mais perdê-lo de nosso coração, de nossa vida, e colocar nossos dons, nossa inteligência e vontade, como instrumentos d’Ele, para que aqueles que Deus nos confiou, encontrem em suas vidas, pelo nosso testemunho, nosso Deus e Salvador e dêem sentido e orientação verdadeira às suas vidas, na vivência da fé e do amor.
Mais sofrimentos Maria haveria de passar na configuração de sua vida à vida de seu Filho Jesus, na obediência aos desígnios de Deus, o Pai. Lembramos agora a amargura que tomou conta de seu coração, no caminho do calvário, encontrando-se com seu amado Filho, carregando pesada cruz às costas, todo chagado, ensangüentado e caindo pelo caminho... Inocente, Ele foi condenado à morte. Vai morrer para nos libertar da morte, para nos dar vida, vai morrer pelos nossos pecados.
Maria acompanha Jesus, seu Filho. Aonde vais mulher? Aqui ela não diz nada, sua alma esta transpassada por uma dor atroz, diante da ingratidão e da violência humana... ela apenas caminha, vai ser crucificada, em sua dor, com seu amado Jesus.
Ela sofria no seu coração de Mãe aquilo que Jesus padecia na alma e no corpo. Mas ela não se deixou levar pelo medo ou pelo respeito humano, como o fizeram os apóstolos e tantos a quem Jesus só fizera o bem. Seguiu, perseverante e corajosa, até o fim.
Assim devemos fazer também nós, os irmãos/as de Jesus, os filhos de Maria: viver com firmeza a nossa fé até o fim de nossa vida. O tempo de dar os passos, como convém, o tempo da conversão em vista do Reino de Deus, é agora. Não dá mais para esperar. Este é o tempo particular da graça de Deus para nós, tempo de aprendermos com ela, a Mãe do salvador, a Senhora das Dores, a jamais abandonar, em nossas vidas, o seu Filho Jesus.
Sim, ò Mãe das Dores, se foi um duro golpe para o seu coração materno ouvir, ver e sentir tudo o que se passou com seu Filho Jesus, na rua da amargura, no caminho do calvário, queremos, igualmente, sentir, hoje, a dor de nossos pecados, causa de tão grande sofrimento. Queremos, à luz da fé em teu Filho Jesus e norteados pelo seu sublime exemplo, viver a solidariedade para com os nossos irmãos/as em suas muitas dores, comprometermo-nos com a vida no planeta que clama por cuidado; comprometermo-nos a assumir, no serviço misericordioso, os rostos sofridos de tantos irmãos e irmãs, marcados pela pobreza e exclusão. Por vezes, tão perto de nós, como outros Lázaros dos nossos dias e deles nem nos damos conta.
Pouco depois esta dor se torna ainda mais profunda: Jesus é crucificado entre dois ladrões e Maria assiste à sua morte. “Quantas chagas havia no corpo do Filho, tantas feridas no coração da Mãe (São Jerônimo).
A constância heróica daquela Mãe que perde o seu amado Filho Jesus é lição para todos nós a nos ensinar a permanecermos firmes diante das cruzes e dores de nossa vida; a não fugir, como os apóstolos, mas levar com paciência as dores de cada dia; a sermos constantes e fervorosos na prática das virtudes e no cumprimento de nossos deveres. Ensina-nos, sobretudo, a sermos solidários, a estarmos ao pé da cruz de tantos crucificados hoje, vítimas das violências do mundo, dos vícios, das drogas, dos conflitos armados, da violência do trânsito, do consumismo desenfreado, do submundo do crime, da exploração sexual, da delinqüência juvenil, como se deu a pouco no Rio de Janeiro, com a matança de crianças indefesas e inocentes, da falta de oportunidades para todos, de tanta coisa que ceifa a vida de muitas de nossas crianças, adolescentes e jovens, gerando dor e sofrimento em nossas famílias e comunidades, matando as esperanças do nosso povo.
Com o coração contrito, contemplemos agora a dor de Maria quando desceram o corpo de seu amado Filho da cruz e o puseram em seus braços. Como o profeta Jeremias ante a Jerusalém destruída, Maria parece dizer “Ó vós que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor semelhante à minha dor” (Lm 1,12).
Ela tem em suas mãos o corpo de seu divino e amado Jesus que assim terminara sua missão na terra. Imaginemos o abismo desta dor em seu coração de Mãe, é uma dor indescritível, tamanha a crueldade, a selvageria com que agiram aqueles que crucificaram o seu Jesus.
Contudo, em seu coração materno, em meio à grande dor, só existe amor e amor verdadeiro; amor como o amor de Deus que não poupou, mas entregou seu Filho para a salvação do mundo. Mesmo amor, na dor, tem a mãe que perdoa os algozes de seu Filho e a todos nós pecadores, causa deste sofrer. Em tudo, ela procurou espelhar-se em seu Filho Jesus. Ela também perdoa como Ele fez na cruz: “Pai perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem” (Lc 23,34).
Faze, o Mãe, fonte de Amor, que sintamos em nós tua dor, para contigo chorar e encontrar, em teu regaço, forças para servir, amar e perdoar as muitas injúrias, calúnias e violências sofridas. Seja o nosso coração como o teu pronto em tudo para realizar a santa vontade de Deus, segundo os desígnios de seu coração compassivo e bom.
A última dor, irmãos e irmãs, é a dor da soledade. Maria sofre a dor da solidão, a dor da saudade, ficando sem Filho nem vivo e nem morto. Noite dolorosa, noite triste, porque se ocultara o sol da justiça e se eclipsara de dores o coração da Virgem Maria.
Terrível golpe para quem é Mãe, sepultar o próprio Filho morto. Eu pude há pouco sentir isso em família, no sepultamento do meu irmão. Quanta dor, quanto sofrimento para toda a família, especialmente para o coração de uma mãe! Antes Maria tinha o consolo de contemplar seu Filho, mesmo falecido, mas agora desaparece de sua vista o objeto de seu amor. Diz São Bernardo que “os olhos de Maria regavam de lágrimas a pedra fechada do sepulcro”. Quantas lembranças não terão passado, naquele instante, na mente e no coração daquela senhora! De quantas alegrias e dores terá recordado da vida com seu Filho?... Doíam, profundamente, no coração daquela Mãe os estragos causados pelos crimes da humanidade, causa da morte do seu Jesus, do seu Filho amado.
Mas ali não havia nem ódio, nem espírito de vingança, nem se multiplicavam os muitos “porquês”, como que a cobrar de Deus-Pai respostas diante de tantas adversidades e provações da vida. No coração de Maria existia tão só amor e compaixão. Amor de quem entregou totalmente sua vida a Deus e compaixão de quem se solidariza a seu Filho pela salvação do mundo, pela salvação de todos nós. No alto do calvário, não fazia tanto tempo assim, ela já nos havia acolhido como seus filhos e filhas adotivos, na pessoa de João, o discípulo que Jesus amava. “Mãe eis aí o teu Filho, lhe dissera Jesus, Filho eis aí a tua Mãe” (Jo 19,25-27). Prova de amor maior não há.
Aprendamos de Maria a sermos livres para amar e servir, desapegados das coisas deste mundo, perseverantes no bem e na fé – em tudo, como ela nos ensina com a sua vida, em tudo “fazer o que Ele, seu Filho, nos disser” (Jo 2,5). Viver à luz de sua Palavra, reveladora da misericórdia de Deus, nosso Pai, e à luz dos sinais dos tempos, nos muitos apelos de nossa realidade, atualizando em nós a Sua Palavra, sempre nova, para viver vida agradável a Deus e comprometida com a construção de seu Reino de justiça e paz, na defesa da vida no planeta, da dignidade do ser humano e da construção de uma sociedade reconciliada, justa e fraterna.
Senhora, ao terminar estas palavras, queremos bendizer a Deus por tudo que sofrestes por nós, ensinando-nos a coragem da fé de quem se confia a Deus e se compromete com as dores do mundo e da humanidade para que “todos tenham vida e vida em plenitude” ( Jo 10,10).
Guarda-nos sob teu manto sagrado, aquecendo-nos com teu amor maternal e fortalecendo-nos diante dos medos e incertezas do caminho. Com tua intercessão, Senhora, possamos alcançar de teu Filho Jesus as graças de que tanto precisamos.
Cuida, Senhora, de modo especial dos pequenos e pobres e faze-nos instrumentos teus e de teu Filho para amar e servir, como tu fizeste em todos os dias de tua vida.
Conceda-nos, Senhora, viver com fruto esta semana maior, sobretudo o Tríduo Pascal que se aproxima, memória de nossa salvação, da paixão, morte e ressurreição de teu Filho Jesus, a alimentar em nós a fé, a conversão dos pecados e o compromisso de evangelizar como Igreja viva, chamada a viver no discipulado a comunhão e a missão. Amém.
Nossa Senhora das dores, Mãe da esperança cristã – rogai por nós!
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